quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cientistas criam robôs programados para enganar humanos

Profissionais do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido robôs capazes de se esconder de outros robôs e enganar seres humanos. Basicamente o que eles fizeram foi programá-los para se esconderem, deixando pistas falsas para quem tentar procurá-los.

O filme Transformers, inspirado no desenho animado dos anos 80 de mesmo título, conta a saga de robôs que se transformam em carros, caminhões, veículos aéreos e vários outros itens, com o intuito de se disfarçar dentre os humanos.

Os vilões da trama são autômatos chamados de Decepticons, justamente em uma analogia á variante inglesa ‘decieve’, que significa ‘enganar’.
Segundo o site The Register, os autores do projeto reconhecem que podem existir implicações éticas relacionadas à criação de robôs com essa propriedade.

“Temos essa preocupação desde o início e entendemos que existem aspectos benéficos e maléficos”, diz Ronald Arkin, professor de Computação Interativa no Instituto de Tecnologia de Geórgia.

O engenheiro Alan Wagner, que também participou do estudo, afirma que os robôs raramente usarão essa capacidade, mas considera se tratar de uma ferramenta importante.

“Os robôs que reconhecerem a necessidade de enganar seus adversários possuem vantagens” – diz Wagner, talvez se referindo a artefatos militares.

Em testes envolvendo dois androides, um que tentava se esconder e outro que o procurava, o caçador foi enganado em 75% das tentativas.

O robô mentiroso passava por uma região com sensores preposicionados, mudando seus sinais no meio do trajeto através do sistema de comunicação que os conecta, deixando um rastro falso.

A astúcia dos ‘decepto-bots’ os fez estabelecer pistas falsas, desviando a direção dos sensores, criando rotas diferentes da utilizada.

A parte que assusta foi justamente a que deu maior orgulho a Arkin. O professor afirma que sua equipe desenvolveu algoritmos que permitem que um robô determine se também deve enganar um ser humano ou outros seres inteligentes.

“Criamos técnicas que ajudam o robô selecionar a melhor estratégia enganosa de reduzir a sua chance de ser descoberto, inclusive por humanos”, exalta Arkin.

De acordo com o documento que explica o projeto (PDF em http://bit.ly/dm17Aw), os autômatos podem utilizar seus sensores externos, como infravermelho e câmera, para identificar seus inimigos.

O estudioso defende a discussão sobre uma regulamentação de robôs capazes de enganar, que deve ser utilizada na construção de sistemas semelhantes.

Ainda conforme o documento, robôs assim podem possuir uma interface de acesso à internet e ser configurados para controlar uma residência automatizada. O que poderia acontecer se estes pequenos trapaceiros percebessem que uma casa assim pode ser usada para enganar seres humanos? Até onde iria sua inteligência artificial?

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